
Nunca se falou tanto em Transformação Digital como agora, desde a chegada da quarentena pela pandemia do coronavírus. Este termo ficou bastante popular, chamando a atenção de profissionais e empreendedores. Mas, afinal, como implementar o processo de Transformação Digital no varejo? É adequado para os negócios ou serve apenas para empresas de tecnologia? Por ser um conceito amplo é normal existir dúvidas quanto a sua aplicação em empresas, sobretudo no varejo físico, onde o seu potencial ainda é pouco explorado.

Antes de mais nada, precisamos entender o que significa Transformação Digital: é um processo que leva tecnologia para as empresas a fim de otimizar resultados, automatizar processos e melhorar o alcance. Esse processo interno pode demorar bastante tempo, dependendo do tamanho da empresa. Mas certamente modifica o mindset dos seus funcionários, que é refletido externamente, na satisfação dos clientes.
Uma vez desenvolvida a Transformação Digital no contexto da empresa, o desafio se torna mantê-la e fazer crescer gradualmente, atingindo todas as áreas em um esforço coletivo para as equipes estarem alinhadas às novas mudanças de tempos em tempos. No varejo não é diferente. Levar tecnologia como experiência de compra para o cliente é uma forma escalável, a qual exige profissionais treinados para desenvolver técnicas e executar o melhor atendimento ao consumidor.
Continue lendo o post para saber mais sobre o assunto!
Processo disruptivo do varejo
Como as pessoas compram e quais fatores influenciam em suas decisões? Entender o perfil do consumidor sempre foi a questão chave dos varejistas, e com a onda da pandemia e as mudanças drásticas de comportamentos, gerou novos desafios. Mas, vamos por partes. Entender como os diferentes canais que cercam o cliente para levá-lo a compra, pode ser o primeiro passo para começar a entender a jornada do consumidor.
Hoje, as pessoas estão cercadas de fatores que influenciam as suas compras. Uma pessoa pode começar a sua busca por um produto na Internet e finalizar a compra em uma loja física, no entanto, isso não é garantia. Talvez ela vá até a loja para experimentar o produto e acabar comprando pelo site, porque o valor era menor e tinha frete grátis. Afinal, temos que levar em conta os múltiplos canais de vendas que existem, onde os consumidores podem acessar para comparar preços e vantagens.
A disrupção digital ampliou a experiência do consumidor e a quantidade de opções para realizar compras. Isso não significa que o varejo físico irá desaparecer, pelo contrário, as empresas estão enfrentando os desafios de ressignificar seus espaços para fazer parte dessa rede simultânea de experiências. Só que com um diferencial: levar a melhor experiência as pessoas. Conseguir utilizar o que há de melhor no contato físico através da tecnologia para se diferenciar do espaço online.
Estamos em um ecossistema que contribui para a experiência do cliente ser diversa e a tecnologia aumentou o número de influência de compra. Para começar a entender esse universo, podemos separar a disrupção digital em duas etapas. A primeira é destrinchar a experiência do cliente em duas vertentes: física e digital. A segunda é sobre as modalidades dos canais de venda: offline e online.
Próximo passo é relacionar essas esferas e estabelecer as conexões. Embora cada dimensão vista separadamente seja um fator crítico de sucesso para os varejistas, é essencial compreender a interação entre elas, para chegar o mais próximo possível da nossa realidade do varejo hoje. É o que nos leva a identificar quatro modelos de varejo distintos que as empresas devem gerenciar proativamente para permanecerem competitivos. Vamos analisar a figura abaixo:

O quadrante 1 (o tradicional “Tijolo e Argamassa”) identifica o domínio principal da maioria dos varejistas tradicionais e ainda representa a maior parte das vendas no varejo atualmente. Nesse modelo, todo o processo ocorre dentro do ambiente físico e offline. A venda é concluída na loja e o cliente é influenciado, principalmente, por uma combinação de experiência na loja, eficácia da força de vendas, design da loja e meios de comunicação tradicionais. Por outro lado, no quadrante 2 (“Webrooming”), a experiência digital influencia principalmente a decisão de compra do cliente. No entanto, a compra final ainda ocorre em um canal offline. Por outro lado, no quadrante 3 (“Showrooming”), o cliente aproveita o canal de vendas físico para experimentar o produto em primeira mão. No entanto, o cliente compra o produto online, na maioria dos casos a um preço mais baixo. Finalmente, no quadrante 4, a maioria das atenções costuma se concentrar na ascensão do modelo “Puramente baseado na Internet”, com sua experiência digital e vendas online às custas do modelo tradicional de tijolo e argamassa.
Diminuir o abismo entre os canais digitais e os consumidores
Na primeira fase da pandemia todos os varejistas uniram seus esforços para diminuir o abismo que existia entre os canais digitais (e-commerce, apps de compra, etc) e os consumidores. Importante ressaltar que esse abismo agregava tanto consumidores quanto varejistas. Como falamos acima, as vendas no varejo físico ainda representam a maior porcentagem. Segundo dados internos do Google, em uma pesquisa feita sobre o crescimento de buscas por categoria e produto, o faturamento do varejo online no Brasil antes da pandemia representava apenas entre 4% a 6%, sendo que quase a metade das empresas brasileiras faturavam menos de 10% com vendas online.

Considerando este primeiro impacto da pandemia, analisado entre 15 de março a 15 de abril, representou um momento para as pessoas de: redução de riscos, através de buscas por proteção e segurança com a saúde (álcool gel, máscara, sabão e papel higiênico); abastecimento (alimentos); e entretenimento (aumento de buscas por livros e assinaturas de canais de streaming). Diante de buscas intensas de compras pela internet, o que os varejistas fizeram para diminuir os problemas em seus canais digitais que atrapalhavam as finalizações das vendas?
Houve melhorias nos aplicativos, para oferecer vantagens de compras dentro do próprio app. Com a força de vendas direcionada para o digital, os vendedores passaram a trabalhar como consultores online, exercendo uma função de proximidade com o cliente (atendimento personalizado via chat e Whatsapp). Surgiram novas oportunidades para varejistas expandirem suas categorias e passaram a vender produtos diversos. Outra solução inteligente foi transformar as lojas físicas, que estavam fechadas, em centros de distribuição, dando apoio a parte logística e escoamento dos estoques. Vimos acontecer um movimento interessante com a abertura de Marketplace para pequenos varejos, com o apoio de grandes varejistas. Juntamente a ajustes no processo final de compra, como facilidade para trocas, mais opções de pagamentos e parcelamentos, assim como incentivo a meios de pagamento sem contato, como por exemplo, pagamento por carteira digital ou por aproximação.
Todas esses ajustes e soluções fizeram a ponte necessária para aproximar os clientes das marcas a fim de melhorar a experiência de compra pelo digital. Então, podemos dizer que estamos de fato inseridos na Transformação Digital no varejo. No entanto, seguimos em constante modificação, quanto às mudanças de comportamento dos consumidores e suas necessidades.
Analisando o segundo impacto da quarentena nas pessoas e no varejo, no período entre 15 de abril a 01 de maio, o estudo interno do Google apontou duas novas frentes de buscas. Primeiro, de acordo com a pesquisa, as pessoas passaram por um momento de adaptação, o que fez aumentar as buscas por objetos para fazer Home Office, atividades físicas indoor, móveis e telas (TV, celulares, tablet). Esta última busca revela a necessidade de ter que dividir esses aparelhos com as outras pessoas da mesma casa.
Segundo, o estudo mostrou que dentro desta nova rotina, surgiram novos gatilhos, que levaram a uma grande procura por consoles, moda e beleza, bem-estar. Interessante dizer que Moda foi a categoria que, até então, tinha praticamente desaparecido das buscas, e agora surge novamente, ao lado de Beleza, mas ambas com outros significados: enquanto moda aparece em buscas por roupas confortáveis, como pijamas, moletom, beleza surge como entretenimento, através do “do it yourself” – tutoriais e passo a passo de cuidados com a pele ou cabelo.
Transformação Digital: presente e futuro
Quantas mudanças foram feitas em tão pouco tempo. No entanto, continuamos rumo a novas mudanças. O varejo físico de antes da pandemia é algo inimaginável atualmente. Para a reabertura completa das lojas, após a crise, espera-se que os varejistas entreguem mais às pessoas. É de extrema importância manter esse aceleramento que estamos tendo durante a pandemia.
Para termos uma ideia dessa transformação, no estudo interno do Google revelou que a opção “Poder retirar na loja” apareceu em 20% das respostas que essa alternativa poderia melhorar a experiência de compra online. Ou seja, mesmo após a pandemia, esse costume ainda será importante para as pessoas e pode se tornar permanente.
O que temos pela frente? Os varejistas precisam observar cuidadosamente o presente, principalmente as mudanças na jornada do consumidor e quais são os seus objetivos: dados que são apresentados em estudos; por isso, continue buscando referências em artigos e sites especializados em varejo.
No PDV o que não poderá faltar são as pesquisas sobre o comportamento nos canais de venda: é uma grande oportunidade para o varejista trabalhar experiências digitais na loja física a fim de colher feedbacks do consumidor.
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